Exemplos de
Ir para a terra da verdade
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1. Amor
r homem, subjuga o coração e o querer sensato?, é a terce
a entidade a surgir, depois do Abismo e da Terra e antes das
coração e o querer sensato?, é a terceira entidade a surg
, depois do Abismo e da Terra e antes das divindades. Anteri
s homogéneo. (texto de Pierre Cordier; Le Magazine Littéra
e, nº 455, Julho-Agosto de 2006; Trad. de CSA PARA VIVER UM
.. ? não tem nenhum valor. Para viver um grande amor, prime
o é preciso sagrar-se cavalheiro e ser de sua dama por inte
viver um grande amor, primeiro é preciso sagrar-se cavalhe
o e ser de sua dama por inteiro ? seja lá como for. Há que
o é preciso sagrar-se cavalheiro e ser de sua dama por inte
o ? seja lá como for. Há que fazer do corpo uma morada ond
amigo", que porque é só vos quer sempre consigo para ilud
o grande amor. É preciso muitíssimo cuidado com quem quer
emador. É preciso olhar sempre a bem-amada como a sua prime
a namorada e sua viúva também, amortalhada no seu finado a
? comidinhas para depois do amor. E o que há de melhor que
pra cozinha e preparar com amor uma galinha com uma rica e
ortesia; doce e conciliador sem covardia; saber ganhar dinhe
o com poesia ? para viver um grande amor. É preciso saber t
s tudo isso não adianta nada, se nesta selva oscura e desva
ada não se souber achar a bem-amada ? para viver um grande
to?, é a terceira entidade a surgir, depois do Abismo e da
e antes das divindades. Anterior aos deuses individualizado
Para viver um amor, na realidade, há que compenetrar-se da
de que não existe amor sem fidelidade ? para viver um gran
2. Metamorfose
desordem, uma série de amostras de roupas: Samsa era caixe
o-viajante, estava pendurada a fotografia que recentemente r
ngos de chuva a baterem na calha da janela e isso o fez sent
-se bastante melancólico. Não seria melhor dormir um pouco
fez sentir-se bastante melancólico. Não seria melhor dorm
um pouco e esquecer todo este delírio? - cogitou. Mas era
rio? - cogitou. Mas era impossível, estava habituado a dorm
para o lado direito e, na presente situação, não podia v
Mas era impossível, estava habituado a dormir para o lado d
eito e, na presente situação, não podia virar-se. Por mai
para o lado direito e, na presente situação, não podia v
ar-se. Por mais que se esforçasse por inclinar o corpo para
e. Por mais que se esforçasse por inclinar o corpo para a d
eita, tornava sempre a rebolar, ficando de costas. Tentou, p
pernas a debaterem-se, e só desistiu quando começou a sent
no flanco uma ligeira dor entorpecida que nunca antes exper
, e só desistiu quando começou a sentir no flanco uma lige
a dor entorpecida que nunca antes experimentara. Oh, meu Deu
colhi! Viajar, dia sim, dia não. É um trabalho muito mais
ritante do que o trabalho do escritório propriamente dito,
om as ligações dos trens, com a cama e com as refeições
regulares, com conhecimentos casuais, que são sempre novos
sobre as costas, - mais para cima na cama, de modo a consegu
mexer mais facilmente a cabeça, identificou o local da com
menção de tocar lá com uma perna, mas imediatamente a ret
ou, pois, ao seu contato, sentiu-se percorrido por um arrepi
isso com o meu patrão: era logo despedido. De qualquer mane
a, era capaz de ser bom para mim - quem sabe? Se não tivess
ausa dos meus pais, há muito tempo que me teria despedido;
ia ter com o patrão e lhe falar exatamente o que penso dele
patrão e lhe falar exatamente o que penso dele. Havia de ca
ao comprido em cima da secretária! Também é um hábito e
cômoda. Pai do Céu! - pensou. Eram seis e meia e os ponte
os moviam-se em silêncio, até passava da meia hora, era qu
o; claro que devia ter tocado. Sim, mas seria possível dorm
sossegadamente no meio daquele barulho que trespassava os o
fresco e ativo. E, mesmo que apanhasse o trem, não consegu
ia evitar uma reprimenda do chefe, visto que o porteiro da f
onseguiria evitar uma reprimenda do chefe, visto que o porte
o da firma havia de ter esperado o trem das cinco e há muit
ia evitar uma reprimenda do chefe, visto que o porteiro da f
ma havia de ter esperado o trem das cinco e há muito teria
cinco e há muito teria comunicado a sua ausência. O porte
o era um instrumento do patrão, invertebrado e idiota. Bem,
o, nunca tinha estado doente. O próprio patrão certamente
ia lá a casa com o médico da Previdência, repreenderia os
o despertador acabava de indicar quinze para as sete -, ouv
am-se pancadas cautelosas na porta que ficava por detrás da
ancadas cautelosas na porta que ficava por detrás da cabece
a da cama. - Gregor - disse uma voz, que era a da mãe -, é
anhar o trem? Aquela voz suave! Gregor teve um choque ao ouv
a sua própria voz responder-lhe, inequivocamente a sua voz
que apenas conservava a forma distinta das palavras no prime
o momento, após o que subia de tom, ecoando em torno delas,
pós o que subia de tom, ecoando em torno delas, até destru
-lhes o sentido, de tal modo que não podia ter-se a certeza
eria dar uma resposta longa, explicando tudo, mas, em tais c
cunstâncias, limitou-se a dizer: - Sim, sim, obrigado, mãe
Sim, sim, obrigado, mãe, já vou levantar. A porta de made
a que os separava devia ter evitado que a sua mudança de vo
tível do lado de fora, pois a mãe contentou-se com esta af
mação, afastando se rapidamente. Esta breve troca de palav
passando pouco tempo depois, tornou a chamar, com voz mais f
me: - Gregor! Gregor! Junto da outra porta lateral, a irmã
is firme: - Gregor! Gregor! Junto da outra porta lateral, a
mã chamava, em tom baixo e quase lamentoso: - Gregor? Não
sas entre elas. Assim, o pai voltou ao breve almoço, mas a
mã segredou: - Gregor, abre esta porta, anda. Ele não tenc
ou: - Gregor, abre esta porta, anda. Ele não tencionava abr
a porta e sentia-se grato ao prudente hábito que adquirira
abrir a porta e sentia-se grato ao prudente hábito que adqu
ira em viagem de fechar todas as portas à chave durante a n
rir a porta e sentia-se grato ao prudente hábito que adquir
a em viagem de fechar todas as portas à chave durante a noi
ata era levantar-se silenciosamente sem ser incomodado, vest
-se e, sobretudo, tomar o breve almoço, e só depois estuda
enúncio de um forte resfriado, doença permanente dos caixe
os-viajantes. Libertar-se da colcha era tarefa bastante fác
e fácil: bastava-lhe inchar um pouco o corpo e deixá-la ca
por si. Mas o movimento seguinte era complicado, especialme
eras perninhas, que não cessavam de agitar-se em todas as d
eções e que de modo nenhum conseguia controlar. Quando ten
eguia controlar. Quando tentou dobrar uma delas, foi a prime
a a esticar-se, e, ao conseguir finalmente que fizesse o que
dobrar uma delas, foi a primeira a esticar-se, e, ao consegu
finalmente que fizesse o que ele queria, todas as outras pe
untou Gregor a si próprio. Pensou que talvez conseguisse sa
da cama deslocando em primeiro lugar a parte inferior do co
nsou que talvez conseguisse sair da cama deslocando em prime
o lugar a parte inferior do corpo, mas esta, que não tinha
forças e deu um temerário impulso, tinha calculado mal a d
eção e embateu pesadamente na extremidade inferior da cama
o, a parte mais sensível do corpo. Visto isso, tentou extra
primeiro a parte superior, deslizando cuidadosamente a cabe
te mais sensível do corpo. Visto isso, tentou extrair prime
o a parte superior, deslizando cuidadosamente a cabeça para
por acompanhar lentamente o movimento da cabeça. Ao consegu
, por fim, mover a cabeça até à borda da cama, sentiu-se
borda da cama, sentiu-se demasiado assustado para prossegu
o avanço, dado que, no fim de contas caso se deixasse cair
ir o avanço, dado que, no fim de contas caso se deixasse ca
naquela posição, só um milagre o salvaria de magoar a ca
a altura; era preferível ficar na cama. Quando, após repet
os mesmos esforços, ficou novamente deitado na posição p
orços, ficou novamente deitado na posição primitiva, susp
ando, e viu as pequenas pernas a entrechocarem-se mais viole
que nunca, se possível, não divisando processo de introduz
qualquer ordem naquela arbitrária confusão, repetiu a si
a de libertar-se dela. Ao mesmo tempo, não se esquecia de
recordando a si mesmo que era muito melhor a reflexão fria
quando o despertador voltou a bater, sete horas, e um nevoe
o tão denso, por momentos, deixou-se ficar quieto, respiran
oeiro tão denso, por momentos, deixou-se ficar quieto, resp
ando suavemente, como se porventura esperasse que um repouso
esse todas as coisas à sua situação real e vulgar. A segu
, disse a si mesmo: Antes de baterem as sete e quinze, tenho
e quinze, tenho que estar fora desta cama. De qualquer mane
a, a essa hora já terá vindo alguém do escritório pergun
beça de qualquer pancada erguendo-a num ângulo agudo ao ca
. O dorso parecia ser duro e não era provável que se resse
se com o fardo e em seguida ter a paciência de colocá-lo d
eito no chão, onde era de esperar que as pernas encontrasse
todas as portas estarem fechadas à chave, deveria mesmo ped
auxílio? A despeito da sua infelicidade não podia deixar
io? A despeito da sua infelicidade não podia deixar de sorr
ante a simples idéia de tentar. Tinha chegado tão longe q
epressa. Por instantes, tudo ficou silencioso. Não vão abr
a porta, disse Gregor, de si para si, agarrando-se a qualqu
e Gregor, de si para si, agarrando-se a qualquer esperança
racional. A seguir, a criada foi à porta, como de costume,
ra si, agarrando-se a qualquer esperança irracional. A segu
, a criada foi à porta, como de costume, com o seu andar pe
com o seu andar pesado e abriu-a. Gregor apenas precisou ouv
o primeiro bom dia do visitante para imediatamente saber qu
andar pesado e abriu-a. Gregor apenas precisou ouvir o prime
o bom dia do visitante para imediatamente saber quem era: o
rio em pessoa. Que sina, estar condenado a trabalhar numa f
ma em que a menor omissão dava imediatamente asa à maior d
leal que, tendo uma manhã perdido uma hora de trabalho na f
ma ou coisa parecida, fosse tão atormentado pela consciênc
e era realmente necessária qualquer pergunta -, teria que v
o próprio chefe de escritório, dando assim a conhecer a t
onhecer a toda a família, uma família inocente, que esta c
cunstância suspeita não podia ser investigada por ninguém
erguido a cabeça com cuidado suficiente e batera com ela; v
ou-a e esfregou-a no tapete, de dor e irritação. - Alguma
e batera com ela; virou-a e esfregou-a no tapete, de dor e
ritação. - Alguma coisa caiu ali dentro - disse o chefe de
esta suposição, o chefe de escritório deu alguns passos f
mes na sala ao lado, fazendo ranger as botas de couro envern
fazendo ranger as botas de couro envernizado. Do quarto da d
eita, a irmã segredava para informá-lo da situação: - Gr
nger as botas de couro envernizado. Do quarto da direita, a
mã segredava para informá-lo da situação: - Gregor, est
si para si; mas não ousou erguer a voz o suficiente para a
mã o ouvir. - Gregor - disse então o pai, do quarto à esq
mas não ousou erguer a voz o suficiente para a irmã o ouv
. - Gregor - disse então o pai, do quarto à esquerda -, es
escritório e quer saber porque é que não apanhou o prime
o trem. Não sabemos o que dizer pra ele. Além disso, ele q
emprego. Quase me zango com a mania que ele tem de nunca sa
à noite; há oito dias que está em casa e não houve uma
orários de trens. O único divertimento dele é talhar made
a. Passou duas ou três noites a cortar uma moldurazinha de
assou duas ou três noites a cortar uma moldurazinha de made
a; o senhor ficaria admirado se visse como ela é bonita. Es
s a cortar uma moldurazinha de madeira; o senhor ficaria adm
ado se visse como ela é bonita. Está pendurada no quarto d
quarto dele. Num instante vai vê-la, assim que o Gregor abr
a porta. Devo dizer que estou muito satisfeita por o senhor
o satisfeita por o senhor ter vindo. Sozinhos, nunca consegu
íamos que ele abrisse a porta; é tão teimoso... E tenho a
muitas vezes de ignorar, pura e simplesmente, qualquer lige
a indisposição, visto que é preciso olhar pelo negócio.
roso silêncio a esta recusa, enquanto no compartimento da d
eita a irmã começava a soluçar. Porque não se juntava a
ncio a esta recusa, enquanto no compartimento da direita a
mã começava a soluçar. Porque não se juntava a irmã aos
eita a irmã começava a soluçar. Porque não se juntava a
mã aos outros? Provavelmente tinha-se levantado da cama há
vantado da cama há pouco tempo e ainda nem começara a vest
-se. Bem, porque chorava ela? Por ele não se levantar e nã
Bem, porque chorava ela? Por ele não se levantar e não abr
a porta ao chefe de escritório, por ele estar em perigo de
oderia ser plausivelmente explicada mais tarde, Gregor não
ia por certo ser despedido sem mais nem quê. E parecia-lhe
negligenciar as suas obrigações profissionais de uma mane
a incrível! Estou a falar em nome dos seus pais e do seu pa
ssível para o seu desaparecimento - relacionada com o dinhe
o dos pagamentos que recentemente lhe foi confiado - mas eu
o menor desejo de tomar a sua defesa. E a sua posição na f
ma não é assim tão inexpugnável. Vim com a intenção de
ente nenhum, essa não existe, Senhor Samsa, não pode exist
. - Mas, senhor - gritou Gregor, fora de si e, na sua agita
si e, na sua agitação, esquecendo todo o resto -, vou abr
a porta agora mesmo. Tive uma ligeira indisposição, um at
todo o resto -, vou abrir a porta agora mesmo. Tive uma lige
a indisposição, um ataque de tonturas, que não me permiti
ha visto as últimas encomendas que mandei. De qualquer mane
a, ainda posso apanhar o trem das oito; estou muito melhor d
se em pé, socorrendo-se dela. Tencionava, efetivamente, abr
a porta, mostrar-se realmente e falar com o chefe de escrit
ansioso por saber, depois de todas as insistências, o que d
iam os outros ao vê-lo à sua frente. Se ficassem horroriza
ia às dores na parte inferior do corpo. Depois deixou-se ca
contra as costas de uma cadeira próxima e agarrou-se às s
do corpo. Depois deixou-se cair contra as costas de uma cade
a próxima e agarrou-se às suas bordas com as pequenas pern
e e estejamos a atormentá-lo. Grete! Grete! - chamou a segu
. - Sim, mãe? - respondeu a irmã do outro lado. Chamavam u
Grete! Grete! - chamou a seguir. - Sim, mãe? - respondeu a
mã do outro lado. Chamavam uma pela outra através do quart
avam uma pela outra através do quarto de Gregor. - Tens de
imediatamente chamar o médico. O Gregor está doente. Vai
ozinha, batendo as palmas -, chama imediatamente um serralhe
o! E as meninas corriam pelo corredor, com um silvo de saias
corriam pelo corredor, com um silvo de saias - como podia a
mã ter-se vestido tão depressa?-, e abriam a porta da rua
ar em par. Não se ouviu o som da porta a ser fechada a segu
; tinham-na deixado, evidentemente, aberta, como se faz em c
prontas a ajudá-lo. A positiva certeza com que estas prime
as medidas tinham sido tomadas confortou-o. Sentia-se uma ve
es e notáveis resultados, quer do médico, quer do serralhe
o, sem, na verdade, conseguir fazer uma distinção clara en
er do médico, quer do serralheiro, sem, na verdade, consegu
fazer uma distinção clara entre eles. No intuito de torna
ados à porta, à escuta. Lentamente, Gregor empurrou a cade
a em direção à porta, após o que a largou, agarrou-se à
porta, à escuta. Lentamente, Gregor empurrou a cadeira em d
eção à porta, após o que a largou, agarrou-se à porta p
o contra ela por um momento, depois destes esforços. A segu
empenhou-se em rodar a chave na fechadura, utilizando a boc
bem a essa chave! E, na crença de que estavam todos a segu
atentamente os seus esforços, cerrou imprudentemente as ma
nte a ceder, apressou literalmente Gregor. Com um fundo susp
o de alívio, disse, de si para si: Afinal, não precisei do
vio, disse, de si para si: Afinal, não precisei do serralhe
o, e encostou a cabeça ao puxador, para abrir completamente
ei do serralheiro, e encostou a cabeça ao puxador, para abr
completamente a porta. Como tinha de puxar a porta para si,
dupla, manobra que lhe exigiu grande cuidado, não fosse ca
em cheio de costas, mesmo ali no limiar. Estava ainda empen
io tinha o cabelo ainda em desalinho, espetado em todas as d
eções, começou por retorcer as mãos e olhar para o pai,
s mãos e olhar para o pai, após o que deu dois passos em d
eção a Gregor e tombou no chão, num torvelinho de saias,
a além da qual se avistava o terraço de entrada e os prime
os degraus da escada. - Bem - disse Gregor, perfeitamente co
er o único que mantinha uma certa compostura -, vou me vest
, embalar as amostras e sair. Desde que o senhor me dê lice
certa compostura -, vou me vestir, embalar as amostras e sa
. Desde que o senhor me dê licença que saia. Como vê, nã
bstinado e tenho vontade de trabalhar. A profissão de caixe
o- viajante é dura, mas não posso viver sem ela. Para onde
e. Além disso, tenho de olhar pelos meus pais e pela minha
mã. Estou a passar por uma situação difícil, mas acabare
is complicadas do que elas já são. Eu bem sei que os caixe
os-viajantes não são muito bem vistos no escritório. As p
sam que eles levam uma vida estupenda e ganham rios de dinhe
o. Trata-se de um preconceito que nenhuma razão especial le
iderar. Mas o senhor vê as coisas profissionais de uma mane
a mais compreensiva do que o resto do pessoal, isso vê, aqu
tra qualquer dos empregados. E o senhor bem sabe que o caixe
o-viajante, que durante todo o ano raramente está no escrit
s funestas conseqüências; para elas, não consegue descobr
as causas originais. Peço-lhe, por favor, que não se vá
ostre que me dá razão, pelo menos em parte! Logo às prime
as palavras de Gregor, o chefe de escritório recuara e limi
r falava, não estivera um momento quieto, procurando, sem t
ar os olhos de Gregor, esgueirar-se para a porta, centímetr
ento quieto, procurando, sem tirar os olhos de Gregor, esgue
ar-se para a porta, centímetro a centímetro, como se obede
para abandonar a sala. Estava junto ao vestíbulo, e a mane
a súbita como deu um último passo para sair da sala de est
bulo, e a maneira súbita como deu um último passo para sa
da sala de estar levaria a crer que tinha posto o pé em ci
cima duma brasa. Chegado ao vestíbulo, estendeu o braço d
eito para as escadas, como se qualquer poder sobrenatural al
or apercebeu-se de que, se quisesse que a sua posição na f
ma não corresse sérios risco não podia de modo algum perm
não corresse sérios risco não podia de modo algum permit
que o chefe de escritório saísse naquele estado ? de esp
cido, ao longo dos anos, de que Gregor estava instalado na f
ma para toda a vida e, além disso, estavam tão consternado
Gregor, porém, pensava. Era preciso deter, acalmar, persuad
e, por fim, conquistar o chefe de escritório. Quer o seu f
uturo, quer o da família, dependiam disso! Se, ao menos, a
mã ali estivesse! Era inteligente; começara a chorar quand
regor teria de enfrentar sozinho a situação. E, sem reflet
que não sabia ainda de que capacidade de movimentos dispun
rnas. Mas, chegado a essa posição, experimentou pela prime
a vez nessa manhã uma sensação de conforto físico. Tinha
a sensação de conforto físico. Tinha as pernas em terra f
me; obedeciam-lhe completamente, conforme observou com alegr
m alegria, e esforçavam-se até por impeli-lo em qualquer d
eção que pretendesse. Sentia-se tentado a pensar que estav
Parecia igualmente indiferente ao acontecimento de a cafete
a que tinha ter tombado e estava derramando um fio sinuoso d
itasse outra vez, afastando-se precipitadamente da mesa e at
ando-se para os braços do pai, que se apressou a acolhê-la
r de correr atrás do homem ou de, pelo menos, não interfer
na perseguição de Gregor, agarrou com a mão direita na b
interferir na perseguição de Gregor, agarrou com a mão d
eita na bengala que o chefe de escritório tinha deixado num
a bengala que o chefe de escritório tinha deixado numa cade
a, juntamente com um chapéu e um sobretudo, e, com a esquer
revelou um processo lento. Se tivesse uma oportunidade de v
ar sobre si mesmo, poderia alcançar imediatamente o quarto,
temia que a bengala que o pai brandia na mão pudesse desfer
-lhe uma pancada fatal no dorso ou na cabeça. Finalmente, r
rorizado, que, ao recuar, nem sequer conseguia controlar a d
eção em que se deslocava-se, assim, sempre observando ansi
mpre observando ansiosamente o pai, de soslaio, começou a v
ar o mais rapidamente que pôde, o que, na realidade, era mu
o quando o assobio o desorientou de tal modo que tornou a v
ar ligeiramente na direção errada. Quando, finalmente, viu
o assobio o desorientou de tal modo que tornou a virar lige
amente na direção errada. Quando, finalmente, viu a porta
desorientou de tal modo que tornou a virar ligeiramente na d
eção errada. Quando, finalmente, viu a porta em frente da
m longe de pensar em qualquer coisa que se parecesse com abr
a outra portada, para dar espaço à passagem de Gregor. Do
idos como a voz de pai nenhum. Não sendo caso para brincade
as, Gregor lançou-se, sem se preocupar com as conseqüênci
desajeitado as antenas, cuja utilidade começava pela prime
a vez a apreciar, arrastou-se até à porta, para ver o que
gar à porta percebeu o que o tinha atraído para ela: o che
o da comida. Com efeito, tinham lá posto uma tigela de leit
ntro do qual flutuavam pedacinhos de pão. Quase desatou a r
de contentamento, porque sentia ainda mais fome que de manh
o leite, quase mergulhando também os olhos. Depressa, a ret
ou, desanimado: além de ter dificuldade em comer, por causa
por causa do flanco esquerdo magoado, que o obrigava a inger
a comida à força de sacudidelas, recorrendo a todo o corp
ida preferida e fosse certamente essa a razão que levara a
mã a pôr-lho ali, Efetivamente, foi quase com repulsa que
rnal em voz alta para a mãe e eventualmente também para a
mã, nada se ouvia. Bom, talvez o pai tivesse recentemente p
te perdido o hábito de ler em voz alta, hábito esse que a
mã tantas vezes mencionara em conversa e por carta. Mas por
de orgulho por ter sido capaz de proporcionar aos pais e à
mã uma tal vida numa casa tão boa. Mas que sucederia se to
ra, durante o longo fim de tarde, viu as portas laterais abr
-se ligeiramente e ser novamente fechada; mais tarde, sucede
e o longo fim de tarde, viu as portas laterais abrir-se lige
amente e ser novamente fechada; mais tarde, sucedeu o mesmo
da porta que dava para a sala de estar, decidido a persuad
qualquer visitante indeciso a entrar ou, pelo menos, a desc
alquer visitante indeciso a entrar ou, pelo menos, a descobr
quem poderia ser. Mas esperou em vão, pois ninguém tornou
poderia ser. Mas esperou em vão, pois ninguém tornou a abr
a porta. De manhã cedo, quando todas as portas estavam fec
s na sala; Gregor tinha quase a certeza de que os pais e a
mã tinham ficado acordados até então, pois ouvia-os afast
, de modo que tinha tempo de sobra para meditar sobre a mane
a de reorganizar a sua vida. O enorme quarto vazio dentro do
enchia-o de uma apreensão cuja causa não conseguia descobr
, pois havia cinco anos que o habitava. Meio inconscientemen
à prova o valor das suas recentes resoluções, dado que a
mã, quase totalmente vestida, abriu a porta que dava para o
Mas, teria que arrependida desse comportamento, tornou a abr
a porta e entrou nos bicos dos pés, como se estivesse de v
cabeça para fora do sofá e ficou a observá-la. Notaria a
mã que ele deixara o leite intacto, não por falta de fome,
ladar? Se ela o não fizesse de moto próprio, Gregor prefer
ia morrer de fome a chamar-lhe a atenção para o acontecime
a atenção para o acontecimento, muito embora sentisse um
reprimível desejo de saltar do seu refúgio debaixo do sof
baixo do sofá e rojar-se-lhe aos pés, pedindo de comer. A
mã notou imediatamente, com surpresa, que a tigela estava a
e leite derramado em tomo dela; ergueu logo a tigela, não d
etamente com as mãos, é certo, mas sim com um pano, e levo
o conjecturas. Não poderia de modo algum adivinhar o que a
mã, em toda a sua bondade, fez a seguir. Para descobrir do
m adivinhar o que a irmã, em toda a sua bondade, fez a segu
. Para descobrir do que gostaria ele, trouxe-lhe toda uma qu
e a irmã, em toda a sua bondade, fez a seguir. Para descobr
do que gostaria ele, trouxe-lhe toda uma quantidade de alim
e à vontade. Todas as pernas de Gregor se precipitaram em d
eção à comida. As feridas deviam estar completamente cura
inha atrativos para si; não podia sequer suportar-lhe o che
o, que o obrigava até a arrastar para uma certa distância
ava apenas preguiçosamente quieto no mesmo local, quando a
mã rodou lentamente a chave como que a fazer-lhe sinal para
ou lentamente a chave como que a fazer-lhe sinal para se ret
ar. Isto fez com que ele se levantasse de súbito, embora es
r um tanto o corpo e estava tão comprido que mal podia resp
ar, Atacado de pequenos surtos de sufocação, sentia os olh
olhos saírem um bocado para fora da cabeça ao observar a
mã, que de nada suspeitava, varrendo não apenas os restos
ente, com a pá, num balde, que cobriu com uma tampa de made
a e retirou do quarto. Mal a irmã virou costas, Gregor saiu
a pá, num balde, que cobriu com uma tampa de madeira e ret
ou do quarto. Mal a irmã virou costas, Gregor saiu de baixo
cobriu com uma tampa de madeira e retirou do quarto. Mal a
mã virou costas, Gregor saiu de baixo do sofá, dilatando e
com uma tampa de madeira e retirou do quarto. Mal a irmã v
ou costas, Gregor saiu de baixo do sofá, dilatando e estica
anhã cedo, enquanto os pais e a criada estavam ainda a dorm
, e outra vez depois de terem todos almoçado, pois os país
m todos almoçado, pois os país faziam uma curta sesta e a
mã podia mandar a criada fazer um ou outro recado. Não que
e as suas refeições do que aquilo que sabiam pela boca da
mã, e talvez ainda porque a irmã os quisesse poupar a toda
uilo que sabiam pela boca da irmã, e talvez ainda porque a
mã os quisesse poupar a todas as preocupações, por menore
do que suficiente. Uma coisa que Gregor nunca pôde descobr
foi que pretexto tinha sido utilizado para se libertarem do
a sido utilizado para se libertarem do médico e do serralhe
o na primeira manhã, já que, como ninguém compreendia o q
zado para se libertarem do médico e do serralheiro na prime
a manhã, já que, como ninguém compreendia o que ele dizia
e ele dizia, nunca lhes passara pela cabeça, nem sequer à
mã, que ele pudesse percebê-los; assim, sempre que a irmã
à irmã, que ele pudesse percebê-los; assim, sempre que a
mã ia ao seu quarto, Gregor contentava-se em ouvi-la soltar
rto, Gregor contentava-se em ouvi-la soltar um ou outro susp
o ou exprimir uma ou outra invocação aos seus santos. Mais
ontentava-se em ouvi-la soltar um ou outro suspiro ou exprim
uma ou outra invocação aos seus santos. Mais tarde, quand
à situação - é claro que nunca poderia acostumar-se inte
amente -, fazia por vezes uma observação que revelava uma
- Hoje tornou a deixar tudo. Embora não pudesse manter-se d
etamente a par do que ia acontecendo, Gregor apanhava, muita
a porta em questão, colando-se todo a ela. Durante os prime
os dias, especialmente, não havia conversa alguma que se lh
lguma que se lhe não referisse de certo modo, ainda que ind
etamente. Durante dois dias houve deliberações familiares
ueria ficar lá sozinho e deixá-la sem ninguém estava inte
amente fora da questão. Logo nos primeiros dias, a criada,
inguém estava inteiramente fora da questão. Logo nos prime
os dias, a criada, cujo verdadeiro conhecimento da situaçã
da questão. Logo nos primeiros dias, a criada, cujo verdade
o conhecimento da situação não era para Gregor perfeitame
ra de joelhos diante da mãe, suplicando-lhe que a deixasse
embora. Quando saiu, um quarto de hora mais tarde, agradece
de que nunca contaria a ninguém o que se passara. Agora a
mã era também obrigada a cozinhar para ajudar a mãe. É c
gor ouvia constantemente um dos membros da família a insist
com outro para que comesse e a receber invariavelmente a re
sa semelhante. Talvez não bebessem, sequer. Muitas vezes a
mã perguntava ao pai se não queria cerveja e oferecia-se a
i se não queria cerveja e oferecia-se amavelmente para lha
comprar; se ele não respondia, dava a entender que podia p
omprar; se ele não respondia, dava a entender que podia ped
à porteira que fosse buscá-la, para que ele não se senti
ele não respondia, dava a entender que podia pedir à porte
a que fosse buscá-la, para que ele não se sentisse em dív
um rotundo: Não! e ficava o assunto arrumado. Logo no prime
o dia, o pai explicara a situação financeira e as perspect
. Logo no primeiro dia, o pai explicara a situação finance
a e as perspectivas da família a mãe e a irmã. De quando
uação financeira e as perspectivas da família a mãe e a
mã. De quando em quando, erguia-se da cadeira para ir busca
lia a mãe e a irmã. De quando em quando, erguia-se da cade
a para ir buscar qualquer recibo ou apontamento a um pequeno
e e a irmã. De quando em quando, erguia-se da cadeira para
buscar qualquer recibo ou apontamento a um pequeno cofre qu
pequeno cofre que tinha conseguido salvar do colapso finance
o em que mergulhara cinco anos atrás. Ouviam-no abrir a com
inanceiro em que mergulhara cinco anos atrás. Ouviam-no abr
a complicada fechadura e a remexer em papéis, depois a fec
echá-la novamente. Tais informações do pai foram as prime
as notícias agradáveis que Gregor teve desde o início do
ícias agradáveis que Gregor teve desde o início do cative
o. Sempre julgara que o pai tinha perdido tudo, ou, pelo men
m contrário e é evidente que Gregor nunca lho perguntara d
etamente. Na altura em que a ruína tinha desabado sobre o p
ra outro, passou de simples empregado de escritório a caixe
o-viajante, com oportunidades conseguiu entre melhores de ga
legria da família. Tinha sido uma época feliz, que nunca v
ia a ser igualada, embora mais tarde Gregor ganhasse o sufic
mais tarde Gregor ganhasse o suficiente para sustentar inte
amente a casa. Tinham-se, pura e simplesmente, habituado ao
mento, tanto a família corno ele próprio: ele dava o dinhe
o de boa vontade e eles aceitavam-no com gratidão, mas não
, mas não havia qualquer efusão de sentimentos. Só com a
mã mantivera uma certa intimidade, alimentando a secreta es
es despesas que isso acarretaria, às quais de qualquer mane
a haveria de fazer face, já que ela, ao contrário de Grego
, falava muitas vezes do Conservatório nas conversas com a
mã, mas sempre apenas como um belo sonho irrealizável; qua
conversas com a irmã, mas sempre apenas como um belo sonho
realizável; quanto aos pais, procuravam até evitar essas i
essas inocentes referências à questão. Gregor tomara a f
me decisão de levar a idéia avante e tencionava anunciar s
ncostar a cabeça à porta, mas imediatamente obrigado a end
eitar-se de novo, pois até o leve ruído que fazia ao mexer
fazer agora, perguntou o pai decorridos alguns instantes, v
ando-se decerto para a porta; só então ressuscitava gradua
não se encarregar de tais assuntos; por outro, graças à c
cunstância de a mãe nem sempre perceber tudo à primeira -
circunstância de a mãe nem sempre perceber tudo à prime
a - , Gregor ficou por fim a saber que um certo número de i
erto, tinham escapado à ruína e tinham até aumentado lige
amente, pois, entretanto, ninguém tocara nos dividendos. Al
inguém tocara nos dividendos. Além disso, nem todo o dinhe
o dos ordenados mensais de Gregor - de que guardava para si
de poupança e previsão. A verdade é que, com aquele dinhe
o suplementar, podia ter pago uma porção maior da dívida
a deixar de parte para qualquer emergência. Quanto ao dinhe
o para fazer face às despesas normais, havia que ganhá-lo.
e fizesse grande coisa. Ao longo desses cinco anos, os prime
os anos de lazer de uma vida de trabalho, ainda que mal suce
ples andar agravava, obrigando-a muitas vezes a deixar-se ca
num sofá, a arquejar junto de uma janela aberta? E seria e
erta? E seria então justo encarregar do sustento da casa a
mã, ainda uma criança com os seus dezessete anos e cuja vi
vida tinha até aí sido tão agradável e se resumia a vest
-se bem, dormir bastante tempo, ajudar a cuidar da casa, ir
aí sido tão agradável e se resumia a vestir-se bem, dorm
bastante tempo, ajudar a cuidar da casa, ir de vez em quand
tir-se bem, dormir bastante tempo, ajudar a cuidar da casa,
de vez em quando a diversões modestas e, sobretudo, tocar
o, sempre que ouvia menções à necessidade de ganhar dinhe
o, Gregor afastava-se da porta e deixava-se cair no fresco s
ganhar dinheiro, Gregor afastava-se da porta e deixava-se ca
no fresco sofá de couro ao lado dela, rubro de vergonha e
as vezes ali se deixava estar durante toda a noite, sem dorm
a esfregar-se no couro, durante horas a fio. Quando não, r
a para se entregar ao violento esforço de empurrar uma cade
a de braços para junto da janela, trepava para o peitoril e
o da janela, trepava para o peitoril e, arrimando-se à cade
a, encostava-se às vidraças, certamente obedecendo a qualq
soubesse que vivia ali, numa rua sossegada, de qualquer mane
a, uma rua de cidade, bem poderia julgar que a janela dava p
e da terra se fundiam indistintamente. Esperta como era, a
mã só precisou ver duas vezes a cadeira junto da janela: a
Esperta como era, a irmã só precisou ver duas vezes a cade
a junto da janela: a partir de então, sempre que acabava de
ó precisou ver duas vezes a cadeira junto da janela: a part
de então, sempre que acabava de arrumar o quarto, tornava
re que acabava de arrumar o quarto, tornava a colocar a cade
a no mesmo, sítio e até deixava as portadas interiores da
a apercebendo mais lucidamente da situação. Bastava a mane
a de ela entrar para o angustiar. Mal penetrava no quarto, c
panhar ar durante um minuto, por mais frio que fizesse, resp
ando profundamente. Duas vezes por dia, incomodava Gregor co
er, debaixo do sofá, durante todo o tempo, ciente de que a
mã certamente o pouparia a tal incômodo se lhe fosse poss
o se lhe fosse possível permanecer na sua presença sem abr
a janela. Certa vez, coisa de um mês após a metamorfose d
rto motivo para assustar-se com o seu aspecto, apareceu lige
amente mais cedo do que era habitual e deu com ele a ver à
e ela não entrasse pura e simplesmente, pois não podia abr
imediatamente a janela enquanto ele ali estivesse, mas ela
s ela não só evitou entrar como deu um salto para trás, d
ia que alarmada, e bateu com a porta em retirada. Um estranh
o para trás, diria que alarmada, e bateu com a porta em ret
ada. Um estranho que observasse a cena julgaria com certeza
lou a Gregor a repulsa que o seu aspecto provocava ainda à
mã e o esforço que devia custar-lhe não desatar a correr
e quatro horas de trabalho, pôs um lençol pelas costas e d
igiu-se para o sofá, dispondo-o de modo a ocultar-lhe total
ndo-o de modo a ocultar-lhe totalmente o corpo, mesmo que a
mã se baixasse para espreitar. Se ela achasse desnecessári
reitar. Se ela achasse desnecessário o lençol, decerto o t
aria do sofá, visto ser evidente que aquela forma de oculta
adosamente uma ponta do lençol para ver qual a reação da
mã àquela nova disposição. Durante os primeiros quinze d
eação da irmã àquela nova disposição. Durante os prime
os quinze dias, os pais não conseguiram reunir a coragem ne
ão. Durante os primeiros quinze dias, os pais não consegu
am reunir a coragem necessária para entrarem no quarto de G
ante os primeiros quinze dias, os pais não conseguiram reun
a coragem necessária para entrarem no quarto de Gregor, qu
egor, que freqüentemente os ouvia elogiarem a atividade da
mã, que anteriormente costumavam repreender, por a consider
Agora, era freqüente esperarem ambos à porta, enquanto a
mã procedia à limpeza do quarto, perguntando-lhe logo que
ou relativamente cedo a pretender visitá-lo, mas o pai e a
mã tentaram logo dissuadi-la, contrapondo argumentos que Gr
-la pela forca e, quando ela exclamava, a chorar: Deixem-me
ver o Gregor, o meu pobre filho! Não percebem que tenho de
ver o Gregor, o meu pobre filho! Não percebem que tenho de
vê-lo, Gregor pensava que talvez fosse bom que ela lá fos
fim de contas, ela havia de compreender, muito melhor que a
mã, que não passava de uma criança, apesar dos esforços
apidamente todo e qualquer gosto pela comida. Para se distra
, adquirira o hábito de se arrastar ao longo das paredes e
te todo e qualquer gosto pela comida. Para se distrair, adqu
ira o hábito de se arrastar ao longo das paredes e do teto.
todo e qualquer gosto pela comida. Para se distrair, adquir
a o hábito de se arrastar ao longo das paredes e do teto. G
do teto, coisa muito melhor do que estar no chão: sua resp
ação se tornava mais livre, o corpo oscilava e coleava sua
camente absorvido por tal suspensão, chegava a deixar-se ca
ao chão. Possuindo melhor coordenação dos movimentos do
orpo, nem uma queda daquela altura tinha conseqüências. A
mã notara imediatamente esta nova distração de Gregor, vi
or porção de espaço livre possível para os passeios, ret
ando as peças de mobiliário que constituíssem obstáculos
peças de mobiliário que constituíssem obstáculos para o
mão, especialmente a cômoda e a secretária. A tarefa era
efa era demasiado pesada para si e, se não se atrevia a ped
ajuda ao pai, estava fora de questão recorrer à criada, u
que havia tido a coragem de ficar após a partida da cozinhe
a, visto que a moça tinha pedido o especial favor de manter
inuíram junto à porta do quarto de Gregor. É claro que a
mã entrou primeiro, para verificar se estava tudo em ordem
porta do quarto de Gregor. É claro que a irmã entrou prime
o, para verificar se estava tudo em ordem antes de deixar a
ecipitadamente o lençol para baixo e dobrou-o mais, de mane
a a parecer que tinha sido acidentalmente atirado para cima
mais, de maneira a parecer que tinha sido acidentalmente at
ado para cima do sofá. Desta vez não deitou a cabeça de f
visitá-lo. - Entre, que ele não está à vista - disse a
mã, certamente guiando-a pela mão. Gregor ouvia agora as d
mulheres a esforçarem-se por deslocar a pesada cômoda e a
mã a chamar a si a maior parte do trabalho, sem dar ouvidos
ou que o melhor seria deixar a cômoda onde estava, em prime
o lugar, porque era pesada de mais e nunca conseguiriam desl
em primeiro lugar, porque era pesada de mais e nunca consegu
iam deslocá-la antes da chegada do pai e, se ficasse no mei
ia havia muito tempo e a sua ausência poderia fazê-lo sent
-se só. - Não é verdade - disse em voz baixa, aliás pouc
ue ele não percebia as palavras -, não é verdade que, ret
ando-lhe a mobília, lhe mostramos não ter já qualquer esp
ueça com mais facilidade o que aconteceu entretanto. Ao ouv
as palavras da mãe, Gregor apercebeu-se de que a falta de
mãe, Gregor apercebeu-se de que a falta de conversação d
eta com qualquer ser humano, durante os dois últimos meses,
e assim não fosse, não teria genuinamente ansiado pela ret
ada da mobília do quarto. Quereria, efetivamente, que o qua
aberta a porta de entrada, para além da qual se avistava o
ço de entrada e os primeiros degraus da escada. - Bem - dis
a agarrado com ambas as mãos ao corrimão da escada para o
ço; subitamente, ao procurar apoio, Gregor tombou, com um g
nhã uma sensação de conforto físico. Tinha as pernas em
firme; obedeciam-lhe completamente, conforme observou com a
a dava para um terreno deserto onde o cinzento do céu e da
se fundiam indistintamente. Esperta como era, a irmã só p
s resultados, quer do médico, quer do serralheiro, sem, na
, conseguir fazer uma distinção clara entre eles. No intui
e fora da questão. Logo nos primeiros dias, a criada, cujo
iro conhecimento da situação não era para Gregor perfeita
ração de inesperado espírito de poupança e previsão. A
é que, com aquele dinheiro suplementar, podia ter pago uma
e a sua ausência poderia fazê-lo sentir-se só. - Não é
- disse em voz baixa, aliás pouco mais que murmurara, dura
convencida de que ele não percebia as palavras -, não é
que, retirando-lhe a mobília, lhe mostramos não ter já q
3. Ilha
r aqui Estrela brilhante reluz Nesse instante sem fim Um che
o de amor Espalhado no ar a me entorpecer Quisera viesse do
seu coração é uma ilha A centenas de milhas daqui Um che
o de amor Espalhado no ar a me entorpecer Quisera viesse do
a de bronze se tornava, mais do que notório, escandaloso, t
ando o sossego à vizinhança (as pessoas começavam a murmu
rei temos nós, que não atende), é que dava ordem ao prime
o-secretário para ir saber o que queria o impetrante, que n
ão atende), é que dava ordem ao primeiro-secretário para
saber o que queria o impetrante, que não havia maneira de
para ir saber o que queria o impetrante, que não havia mane
a de se calar. Então, o primeiro-secretário chamava o segu
etrante, que não havia maneira de se calar. Então, o prime
o-secretário chamava o segundo-secretário, este chamava o
retário chamava o segundo-secretário, este chamava o terce
o, que mandava o primeiro-ajudante, que por sua vez mandava
do-secretário, este chamava o terceiro, que mandava o prime
o-ajudante, que por sua vez mandava o segundo, e assim por a
licante dizia ao que vinha, isto é, pedia o que tinha a ped
, depois instalava-se a um canto da porta, à espera de que
o ao bem-estar e felicidade do seu povo quando resolvia ped
um parecer fundamentado por escrito ao primeiro-secretário
resolvia pedir um parecer fundamentado por escrito ao prime
o-secretário, o qual, escusado se ria dizer, passava a enco
r, passava a encomenda ao segundo-secretário, este ao terce
o, sucessivamente, até chegar outra vez à mulher da limpez
sga da porta, Que é que tu queres, o homem, em lugar de ped
, como era o costume de todos, um título, uma condecoraçã
todos, um título, uma condecoração, ou simplesmente dinhe
o, respondeu, Quero falar ao rei, Já sabes que o rei não p
spondeu, Quero falar ao rei, Já sabes que o rei não pode v
, está na porta dos obséquios, respondeu a mulher, Pois en
imiar, tapando-se com a manta por causa do frio. Entrar e sa
, só por cima dele. Ora, isto era um enorme problema, se ti
e expor as suas necessidades ou as suas ambições. À prime
a vista, quem ficava a ganhar com este artigo do regulamento
nesga, como se tivesse medo dele, mormente estando a assist
ao colóquio a mulher da limpeza, que logo iria dizer por a
tando a assistir ao colóquio a mulher da limpeza, que logo
ia dizer por aí sabe Deus o quê, De par em par, ordenou. O
m barco levantou-se do degrau da porta quando começou a ouv
correr os ferrolhos, enrolou a manta e pôs-se à espera. E
ar desocupada, fizeram aproximar-se da porta uns quantos asp
antes à liberalidade do trono que por ali andavam, prontos
se surpreendeu por aí além foi o homem que tinha vindo ped
um barco. Calculara ele, e acertara na previsão, que o rei
, que o rei, mesmo que demorasse três dias, haveria de sent
-se curioso de ver a cara de quem, sem mais nem menos, com n
r. Repartido pois entre a curiosidade que não pudera reprim
e o desagrado de ver tanta gente junta, o rei, com o pior d
enho mais nada que fazer, mas o homem só respondeu à prime
a pergunta, Dá-me um barco, disse. O assombro deixou o rei
o, que a mulher da limpeza se apressou a chegar-lhe uma cade
a de palhinha, a mesma em que ela própria se sentava quando
o passajar as peúgas dos pajens. Mal sentado, porque a cade
a de palhinha era muito mais baixa que o trono, o rei estava
ais baixa que o trono, o rei estava a procurar a melhor mane
a de acomodar as pernas, ora encolhendo-as ora estendendo-as
eria um barco esperava com paciência a pergunta que se segu
ia, E tu para que queres um barco, pode-se saber, foi o que
ente se deu por instalado, com sofrível comodidade, na cade
a da mulher da limpeza, Para ir à procura da ilha desconhec
sofrível comodidade, na cadeira da mulher da limpeza, Para
à procura da ilha desconhecida, respondeu o homem, Que ilh
s conhecidas, E que ilha desconhecida é essa de que queres
à procura, Se eu to pudesse dizer, então não seria desco
não exista uma ilha desconhecida, E vieste aqui para me ped
es um barco, Sim, vim aqui para pedir-te um barco, E tu quem
vieste aqui para me pedires um barco, Sim, vim aqui para ped
-te um barco, E tu quem és, para que eu to dê, E tu quem
ar, Às minhas ordens, com os meus pilotos e os meus marinhe
os, Não te peço marinheiros nem piloto, só te peço um ba
os meus pilotos e os meus marinheiros, Não te peço marinhe
os nem piloto, só te peço um barco, E essa ilha desconheci
e deixe conhecer, Então não te dou o barco, Darás. Ao ouv
em esta palavra, pronunciada com tranquila firmeza, os aspir
Darás. Ao ouvirem esta palavra, pronunciada com tranquila f
meza, os aspirantes à porta das petições, em quem, minuto
irem esta palavra, pronunciada com tranquila firmeza, os asp
antes à porta das petições, em quem, minuto após minuto,
ivres dele do que por simpatia solidária, resolveram interv
a favor do homem que queria o barco, começando a gritar, D
r à mulher da limpeza que chamasse a guarda do palácio a v
restabelecer imediatamente a ordem pública e impor a disci
ria perdido na porta dos obséquios, o rei levantou a mão d
eita a impor silêncio e disse, Vou dar-te um barco, mas a t
mas a tripulação terás de arranjá-la tu, os meus marinhe
os são-me precisos para as ilhas conhecidas. Os gritos de a
ram que se percebesse o agradecimento do homem que viera ped
um barco, aliás o movimento dos lábios tanto teria podido
o homem levantou a cabeça, supõe-se que desta vez é que
ia agradecer a dádiva, já o rei se tinha retirado, só est
vez é que iria agradecer a dádiva, já o rei se tinha ret
ado, só estava a mulher da limpeza a olhar para ele com car
i indescritível, todos a quererem chegar ao sítio em prime
o lugar, mas com tão má sorte que a porta já estava fecha
ado a olhar, foi esse o preciso momento em que ela resolveu
atrás do homem quando ele se dirigisse ao porto a tomar co
mento em que ela resolveu ir atrás do homem quando ele se d
igisse ao porto a tomar conta do barco. Pensou ela que já b
que lavar e limpar barcos é que era a sua vocação verdade
a, no mar, ao menos, a água nunca lhe faltaria. O homem nem
adivinhar qual seria, de quantos barcos ali estavam, o que
ia ser o seu, grande já se sabia que não, o cartão de vis
onto, por conseguinte ficavam de fora os paquetes, os cargue
os e os navios de guerra, tão-pouco poderia ser ele tão pe
o contava, nem sequer havia sido ainda contratada, vamos ouv
antes o que dirá o capitão do porto. O capitão veio, leu
equer havia sido ainda contratada, vamos ouvir antes o que d
á o capitão do porto. O capitão veio, leu o cartão, miro
dirá o capitão do porto. O capitão veio, leu o cartão, m
ou o homem de alto a baixo, e fez a pergunta que o rei se ti
e que possa respeitar-me a mim, Essa linguagem é de marinhe
o, mas tu não és marinheiro, Se tenho a linguagem, é como
im, Essa linguagem é de marinheiro, mas tu não és marinhe
o, Se tenho a linguagem, é como se o fosse. O capitão torn
perguntou, Poderás dizer-me para que queres o barco, Para
à procura da ilha desconhecida, Já não há ilhas desconh
E por que não estás tu no palácio do rei a limpar e a abr
portas, Porque as portas que eu realmente queria já foram
oje em diante só limparei barcos, Então estás decidida a
comigo procurar a ilha desconhecida, Saí do palácio pela
uidado com as gaivotas, que não são de fiar, Não queres v
comigo conhecer o teu barco por dentro, Tu disseste que era
ó porque gostei dele, Gostar é provavelmente a melhor mane
a de ter, ter deve ser a pior maneira de gostar. O capitão
vavelmente a melhor maneira de ter, ter deve ser a pior mane
a de gostar. O capitão do porto interrompeu a conversa, Ten
mulher da limpeza pousou o balde, meteu as chaves no seio, f
mou bem os pés na prancha, e, redemoinhando a vassoura como
assassino. Foi só quando entrou no barco que compreendeu a
a das gaivotas, havia ninhos por toda a parte, muitos deles
nhecida não pode ter este aspecto, como se fosse um galinhe
o, disse. Atirou para a água os ninhos vazios, quanto aos o
ode ter este aspecto, como se fosse um galinheiro, disse. At
ou para a água os ninhos vazios, quanto aos outros deixou-o
s-se a lavar a coberta. Quando acabou a dura tarefa, foi abr
o paiol das velas e procedeu a um exame minucioso do estado
minucioso do estado das costuras, depois de tanto tempo sem
em ao mar e sem terem de suportar os esticões saudáveis do
sinalá-las, uma vez que para este trabalho não podiam serv
a linha e a agulha com que passajava as peúgas dos pajens
sse desmunido, salvo uns pozinhos negros no fundo, que prime
o mais lhe pareceram caganitas de rato, não lhe importou na
sabedoria duma mulher da limpeza é capaz de alcançar, que
em busca duma ilha desconhecida tenha de ser forçosamente
sofressem da necessidade de o encher, E se já traz marinhe
os para a tripulação, que são uns ogres a comer, então
que são uns ogres a comer, então é que não sei como nos
emos governar, disse a mulher da limpeza. Não valia a pena
a a pena ter-se preocupado tanto. O sol havia acabado de sum
-se no oceano quando o homem que tinha um barco surgiu no ex
lo à prancha, mas antes que ela abrisse a boca para se inte
ar de como lhe tinha corrido o resto do dia, ele disse, Est
tá descansada, trago aqui comida para os dois, E os marinhe
os, perguntou ela, Não veio nenhum, como podes ver, Mas dei
há ilhas desconhecidas, e que, mesmo que as houvesse, não
iam eles tirar-se do sossego dos seus lares e da boa vida do
sconhecidas, e que, mesmo que as houvesse, não iriam eles t
ar-se do sossego dos seus lares e da boa vida dos barcos de
do sossego dos seus lares e da boa vida dos barcos de carre
a para se meterem em aventuras oceânicas, à procura de um
o lhe dava importância, tu que achas, Que é necessário sa
da ilha para ver a ilha, que não nos vemos se não nos sa
vamos nós comer, mas a mulher não esteve de acordo, Prime
o, tens de ver o teu barco, só o conheces por fora, Que tal
déia de que para a navegação só há dois mestres verdade
os, um que é o mar, o outro que é o barco, E o céu, está
s passeios. É bonita, disse o homem, mas se eu não consegu
arranjar tripulantes suficientes para a manobra, terei de i
r arranjar tripulantes suficientes para a manobra, terei de
dizer ao rei que já não a quero, Perdes o ânimo logo à
r ao rei que já não a quero, Perdes o ânimo logo à prime
a contrariedade, A primeira contrariedade foi estar à esper
ero, Perdes o ânimo logo à primeira contrariedade, A prime
a contrariedade foi estar à espera do rei três dias, e nã
rei três dias, e não desisti, Se não encontrares marinhe
os que queiram vir, cá nos arranjaremos os dois, Estás doi
ias, e não desisti, Se não encontrares marinheiros que que
am vir, cá nos arranjaremos os dois, Estás doida, duas pes
não desisti, Se não encontrares marinheiros que queiram v
, cá nos arranjaremos os dois, Estás doida, duas pessoas s
uma loucura, Depois veremos, agora vamos mas é comer. Sub
am para o castelo de popa, o homem ainda a protestar contra
não navegues com ela, é tua, deu-ta o rei, Pedi-lha para
procurar uma ilha desconhecida, Mas estas coisas não se fa
uem vai ao mar avia-se em terra, e mais não era ele marinhe
o, Sem tripulantes não poderemos navegar, Já o tinhas dito
, e depois teremos de esperar que seja a boa estação, e sa
com a boa maré, e vir gente ao cais a desejar-nos boa viag
sperar que seja a boa estação, e sair com a boa maré, e v
gente ao cais a desejar-nos boa viagem, Estás a rir-te de
é, e vir gente ao cais a desejar-nos boa viagem, Estás a r
-te de mim, Nunca me riria de quem me fez sair pela porta da
a desejar-nos boa viagem, Estás a rir-te de mim, Nunca me r
ia de quem me fez sair pela porta das decisões, Desculpa-me
em, Estás a rir-te de mim, Nunca me riria de quem me fez sa
pela porta das decisões, Desculpa-me, E não tornarei a pa
é bonita, pensou o homem, que desta vez não estava a refer
-se à caravela. A mulher, essa, não pensou nada, devia ter
ueijo, nem gota de vinho, os caroços das azeitonas foram at
ados para a água, o chão está tão limpo como ficara quan
do paquete, e o homem disse, Mas baloiçaremos muito mais. R
am os dois, depois ficaram calados, passado um bocado um del
lados, passado um bocado um deles opinou que o melhor seria
em dormir, Não é que eu tenha muito sono, e o outro concor
ssado um bocado um deles opinou que o melhor seria irem dorm
, Não é que eu tenha muito sono, e o outro concordou, Nem
, depois calaram-se outra vez, a lua subiu e continuou a sub
, em certa altura a mulher disse, Há beliches lá em baixo,
ticar na arte. A mulher voltou atrás, Tinha-me esquecido, t
ou do bolso do avental dois cotos de vela, Encontrei-os quan
Até amanhã, dorme bem, ele quis dizer o mesmo doutra mane
a, Que tenhas sonhos felizes, foi a frase que lhe saiu, daqu
ouco, quando lá estiver em baixo, deitado no seu beliche, v
-lhe-ão à ideia outras frases, mais espirituosas, sobretud
no seu beliche, vir-lhe-ão à ideia outras frases, mais esp
ituosas, sobretudo mais insinuantes, como se espera que seja
uando está a sós com uma mulher. Perguntava-se se já dorm
ia, se teria tardado a entrar no sono, depois imaginou que a
s e ele não soube como alcançá-la, quando é tão fácil
de bombordo a estibordo. Tinha-lhe desejado felizes sonhos,
va à sombra. Não percebia como podiam ali estar os marinhe
os que no porto e na cidade se tinham recusado a embarcar co
orto e na cidade se tinham recusado a embarcar com ele para
à procura da ilha desconhecida, provavelmente arrependeram
a ilha desconhecida, provavelmente arrependeram-se da grosse
a ironia com que o haviam tratado. Via animais espalhados pe
ha desconhecida, provavelmente arrependeram-se da grosseira
onia com que o haviam tratado. Via animais espalhados pela c
grãos de milho ou roendo as folhas de couve que um marinhe
o lhes atirava, não se lembrava de quando os tinha trazido
milho ou roendo as folhas de couve que um marinheiro lhes at
ava, não se lembrava de quando os tinha trazido para o barc
rta, o melhor será jogar pelo seguro, todos sabemos que abr
a porta da coelheira e agarrar um coelho pelas orelhas semp
jogar pelo seguro, todos sabemos que abrir a porta da coelhe
a e agarrar um coelho pelas orelhas sempre foi mais fácil d
bateu e ondulou, por trás dela estava o que antes não se v
a, um grupo de mulheres que mesmo sem as contar se adivinha
mo sem as contar se adivinha serem tantas quantos os marinhe
os, ocupam-se nas suas coisas de mulheres, ainda não chegou
não saiba como o sabe, que ela à última hora não quis v
, que saltou para o cais, dizendo de lá, Adeus, adeus, já
do chovido, principiaram a brotar inúmeras plantas das file
as de sacos de terra alinhadas ao longo da amurada, não est
pequenas searas que vão amadurecer aqui, enfeitar os cante
os com as flores que desabrocharão destes botões. O homem
charão destes botões. O homem do leme pergunta aos marinhe
os que descansam na coberta se avistam alguma ilha desabitad
das outras, mas que estão a pensar em desembarcar na prime
a terra povoada que lhes apareça, desde que haja lá um por
á muito tempo, Devíeis ter ficado na cidade, em lugar de v
atrapalhar-me a navegação, Andávamos à procura de um s
iver e resolvemos aproveitar a tua viagem, Não sois marinhe
os, Nunca o fomos, Sozinho, não serei capaz de governar o b
o serei capaz de governar o barco, Pensasses nisso antes de
pedi-lo ao rei, o mar não ensina a navegar. Então o homem
longe e quis passar adiante, fazer de conta que ela era a m
agem de uma outra terra, uma imagem que tivesse vindo do out
do pelo espaço, mas os homens que nunca haviam sido marinhe
os protestaram, disseram que ali mesmo é que queriam desemb
se não nos levares lá. Então, por si mesma, a caravela v
ou a proa em direcção à terra, entrou no porto e foi enco
ares lá. Então, por si mesma, a caravela virou a proa em d
ecção à terra, entrou no porto e foi encostar à muralha
, entrou no porto e foi encostar à muralha da doca, Podeis
-vos, disse o homem do leme, acto contínuo saíram em corre
o homem do leme, acto contínuo saíram em correnteza, prime
o as mulheres, depois os homens, mas não foram sozinhos, le
ixado com as árvores, os trigos e as flores, com as trepade
as que se enrolavam nos mastros e pendiam da amurada como fe
ássaros, deviam estar escondidos por aí e de repente decid
am sair à luz, talvez porque a seara já esteja madura e é
s, deviam estar escondidos por aí e de repente decidiram sa
à luz, talvez porque a seara já esteja madura e é precis
mpo com a foice na mão, e foi quando tinha cortado as prime
as espigas que viu uma sombra ao lado da sua sombra. Acordou
digas isso, que já não há ilhas desconhecidas, homem da
sou eu, e não ignoro que todas as ilhas, mesmo as conhecid
tempo, já o meu avô dizia que quem vai ao mar avia-se em
, e mais não era ele marinheiro, Sem tripulantes não poder
ipiaram a brotar inúmeras plantas das fileiras de sacos de
alinhadas ao longo da amurada, não estão ali porque se su
a amurada, não estão ali porque se suspeite que não haja
bastante na ilha desconhecida, mas porque assim se ganhará
outras, mas que estão a pensar em desembarcar na primeira
povoada que lhes apareça, desde que haja lá um porto onde
o mar não ensina a navegar. Então o homem do leme viu uma
ao longe e quis passar adiante, fazer de conta que ela era
adiante, fazer de conta que ela era a miragem de uma outra
, uma imagem que tivesse vindo do outro lado do mundo pelo e
ão, por si mesma, a caravela virou a proa em direcção à
, entrou no porto e foi encostar à muralha da doca, Podeis
tropelo da saída haviam-se rompido e derramado os sacos de
, de modo que a coberta era toda ela como um campo lavrado e
oda, ou só um bocadinho. O rei duvidou por um instante, na
não gostava muito de se expor aos ares da rua, mas depois
ício, que lavar e limpar barcos é que era a sua vocação
ira, no mar, ao menos, a água nunca lhe faltaria. O homem n
has às vezes parece que flutuam sobre as águas, e não é
, Que pensas fazer, se te falta a tripulação, Ainda não s
ive a idéia de que para a navegação só há dois mestres
iros, um que é o mar, o outro que é o barco, E o céu, est
s olhos para a ilha desconhecida, vou-me embora, e não era
, agora mesmo andam os olhos dele a procurá-la e não a enc
4. Igreja
REJA DO DIABO (Machado de Assis) CAPÍTULO I DE UMA IDÉIA M
ÍFICA Conta um velho manuscrito beneditino que o Diabo, em
iante de mim, nem Maomé, nem Lutero. Há muitos modos de af
mar; há só um de negar tudo. Dizendo isto, o Diabo sacudiu
om um gesto magnífico e varonil. Em seguida, lembrou-se de
ter com Deus para comunicar-lhe a idéia, e desafiá-lo; le
icação é fácil; mas permiti que vos diga: recolhei prime
o esse bom velho; dai-lhe o melhor lugar, mandai que as mais
de doçura. - Não, mas provavelmente é dos últimos que v
ão ter convosco. Não tarda muito que o céu fique semelhan
des razão, acudiu o Diabo; mas o amor-próprio gosta de ouv
o aplauso dos mestres. Verdade é que neste caso seria o ap
observação, começada desde alguns séculos, e é que as v
tudes, filhas do céu, são em grande número comparáveis a
ranja, e trazê- las todas para minha igreja; atrás delas v
ão as de seda pura... - Velho retórico! murmurou o Senhor.
a e da rua, os rostos tingem-se do mesmo pó, os lenços che
am aos mesmos cheiros, as pupilas centelham de curiosidade e
os tingem-se do mesmo pó, os lenços cheiram aos mesmos che
os, as pupilas centelham de curiosidade e devoção entre o
o ardor, - a indiferença, ao menos, - com que esse cavalhe
o põe em letras públicas os benefícios que liberalmente e
s; não falo, por exemplo, da placidez com que este juiz de
mandade, nas procissões, carrega piedosamente ao peito o vo
ra renovar um assunto gasto, melhor é que te cales e te ret
es. Olha; todas as minhas legiões mostram no rosto os sinai
mou o Senhor. Vai; vai, funda a tua igreja; chama todas as v
tudes, recolhe todas as franjas, convoca todos os homens...
os os homens... Mas, vai! vai! Debalde o Diabo tentou profer
alguma coisa mais. Deus impusera-lhe silêncio; os serafins
para retificar a noção que os homens tinham dele e desment
as histórias que a seu respeito contavam as velhas beatas.
contos soníferos, terror das crianças, mas o Diabo verdade
o e único, o próprio gênio da natureza, a que se deu aque
para arredá-lo do coração dos homens. Vede-me gentil a a
oso. Sou o vosso verdadeiro pai. Vamos lá: tomai daquele no
ão dos homens. Vede-me gentil a airoso. Sou o vosso verdade
o pai. Vamos lá: tomai daquele nome, inventado para meu des
si. E elas vieram; e logo que vieram, o Diabo passou a defin
a doutrina. A doutrina era a que podia ser na boca de um es
ezes sutil, outras cínica e deslavada. Clamava ele que as v
tudes aceitas deviam ser substituídas por outras, que eram
ferença que a mãe era robusta, e a filha uma esgalgada. A
a tinha a melhor defesa na existência de Homero; sem o furo
res páginas de Rabelais, e muitos bons versos do Hissope; v
tude tão superior, que ninguém se lembra das batalhas de L
u histórica, para só mostrar o valor intrínseco daquela v
tude, quem negaria que era muito melhor sentir na boca e no
seco daquela virtude, quem negaria que era muito melhor sent
na boca e no ventre os bons manjares, em grande cópia, do
a saliva do jejum? Pela sua parte o Diabo prometia substitu
a vinha do Senhor, expressão metafórica, pela vinha do Di
or, expressão metafórica, pela vinha do Diabo, locução d
eta e verdadeira, pois não faltaria nunca aos seus com o fr
metafórica, pela vinha do Diabo, locução direta e verdade
a, pois não faltaria nunca aos seus com o fruto das mais be
pas do mundo. Quanto à inveja, pregou friamente que era a v
tude principal, origem de prosperidades infinitas; virtude p
ra a virtude principal, origem de prosperidades infinitas; v
tude preciosa, que chegava a suprir todas as outras, e ao pr
rosperidades infinitas; virtude preciosa, que chegava a supr
todas as outras, e ao próprio talento. As turbas corriam a
a fraude. Chamava-lhe o braço esquerdo do homem; o braço d
eito era a força; e concluía: muitos homens são canhotos,
gica. A venalidade, disse o Diabo, era o exercício de um d
eito superior a todos os direitos. Se tu podes vender a tua
Diabo, era o exercício de um direito superior a todos os d
eitos. Se tu podes vender a tua casa, o teu boi, o teu sapat
tua própria consciência, isto é, tu mesmo? Negá-lo é ca
no obscuro e no contraditório. Pois não há mulheres que
ois, mostrou ainda que, à vista do preconceito social, conv
ia dissimular o exercício de um direito tão legítimo, o q
preconceito social, conviria dissimular o exercício de um d
eito tão legítimo, o que era exercer ao mesmo tempo a vena
ceber nenhum salário, pois equivalia a fazer pagar a transp
ação. Todas as formas de respeito foram condenadas por ele
NJAS E FRANJAS A previsão do Diabo verificou-se. Todas as v
tudes cuja capa de veludo acabava em franja de algodão, uma
tos dos seus fiéis, às escondidas, praticavam as antigas v
tudes. Não as praticavam todas, nem integralmente, mas algu
. A descoberta assombrou o Diabo. Meteu-se a conhecer mais d
etamente o mal, e viu que lavrava muito. Alguns casos eram a
sta do Levante, que envenenara longamente uma geração inte
a, e, com o produto das drogas socorria os filhos das vítim
o produto das drogas socorria os filhos das vítimas. No Ca
o achou um perfeito ladrão de camelos, que tapava a cara pa
chou um perfeito ladrão de camelos, que tapava a cara para
às mesquitas. O Diabo deu com ele à entrada de uma, lanç
amanha aleivosia. Mas não havia duvidar; o caso era verdade
o. Não se deteve um instante. O pasmo não lhe deu tempo de
se deteve um instante. O pasmo não lhe deu tempo de reflet
, comparar e concluir do espetáculo presente alguma coisa a
e. O pasmo não lhe deu tempo de refletir, comparar e conclu
do espetáculo presente alguma coisa análoga ao passado. V
m mestre vencido, e uma tal exigência... Senhor, desço à
; vou lançar a minha pedra fundamental. - Vai - Quereis que
e se achava no ar; dobrou as asas, e, como um raio, caiu na
. Ill A BOA NOVA AOS HOMENS Uma vez na terra, o Diabo não p
m raio, caiu na terra. Ill A BOA NOVA AOS HOMENS Uma vez na
, o Diabo não perdeu um minuto. Deu-se pressa em enfiar a c
Ele prometia aos seus discípulos e fiéis as delícias da
, todas as glórias, os deleites mais íntimos. Confessava q
; mas o amor-próprio gosta de ouvir o aplauso dos mestres.
é que neste caso seria o aplauso de um mestre vencido, e u
s, dos contos soníferos, terror das crianças, mas o Diabo
iro e único, o próprio gênio da natureza, a que se deu aq
coração dos homens. Vede-me gentil a airoso. Sou o vosso
iro pai. Vamos lá: tomai daquele nome, inventado para meu d
essão metafórica, pela vinha do Diabo, locução direta e
ira, pois não faltaria nunca aos seus com o fruto das mais
crer tamanha aleivosia. Mas não havia duvidar; o caso era
iro. Não se deteve um instante. O pasmo não lhe deu tempo
5. Egolatria
rro nunca funciona quando alguém precisa; Nunca tenho dinhe
o para emprestar; Estou sempre ocupado com aquilo que é de
pequeno círculo familiar; Falo mais do que ouço; Evito ouv
queixas alheias; Troco da namorada(o) como troco de roupa;
alguém numa situação embaraçosa; Só oro a Deus para ped
coisas; Agradeço a Deus pelo carro, pela casa, pelo empreg
ara receber bênçãos materiais; Sou cristão porque quero
para o céu; Acredito que todos os mendigos e maltrapilhos
dos ou ladrões; Não dou esmolas porque ignoro o modo como
ão usá-las. Dou o dízimo para ter o meu celeiro cheio; Pr
modo como irão usá-las. Dou o dízimo para ter o meu cele
o cheio; Preocupo-me em demasia com a minha aparência físi
ssoas; Faço antes para pensar depois; Tenho vergonha de ped
desculpas ou perdão; Não consigo admitir minhas próprias
o vergonha de pedir desculpas ou perdão; Não consigo admit
minhas próprias falhas; Jamais dou presentes; quando os do
ou para tornar a pessoa dependente de mim; Não consigo abr
meu coração para alguém; Num diálogo só eu é que falo
me magoado quando não lembram do meu. ?Assim como a terra g
a em torno do sol, assim as pessoas devem girar em torno de
como a terra gira em torno do sol, assim as pessoas devem g
ar em torno de mim?; Só sei sorrir quando as coisas estão
assim as pessoas devem girar em torno de mim?; Só sei sorr
quando as coisas estão bem comigo; Detesto fazer visitas;
sei tratar-se da verdade; Ao ver um bêbado, rio ?até cusp
o fígado?; Zombo do gordo, gracejo do magro, acho graça d
ção: ?NÃO DOADOR DE ÓRGÃOS E TECIDOS?. Muitas dessas af
mações não são ? necessariamente ? características de u
não são ? necessariamente ? características de um verdade
o ególatra. Algumas revelarão apenas uma certa timidez; ou
s. Enquanto sua cabeça descansa tranqüilamente no travesse
o, não imagina que a da sua esposa (ou esposo) pode estar a
diano você sempre precisa de alguém. Você precisa do pade
o e, conseqüentemente, precisa do trabalhador que planta o
necessário deixar-se envolver pela beleza das flores, sent
o aroma do amanhecer, ouvir com delicadeza o silvar dos pá
ver pela beleza das flores, sentir o aroma do amanhecer, ouv
com delicadeza o silvar dos pássaros, alegrar-se com os pi
sinto-me magoado quando não lembram do meu. ?Assim como a
gira em torno do sol, assim as pessoas devem girar em torno
e do que aquilo que tenho; ?Os fins justificam os meios?; A
é aquela que em que acredito; Gosto apenas de receber cari
me EU; Não há argumentos para aquilo que sei tratar-se da
; Ao ver um bêbado, rio ?até cuspir o fígado?; Zombo do g
ções não são ? necessariamente ? características de um
iro ególatra. Algumas revelarão apenas uma certa timidez;
6. Taverna
o, como um sonâmbulo? — É o Fichtismo na embriaguez! Esp
itualista, bebe a imaterialidade da embriaguez! — Oh! vazi
embriaguez! — Oh! vazio! meu copo esta vazio! Olá taverne
a, não vês que as garrafas estão esgotadas? Não sabes, d
s nossas reminiscências, de todos os nossos sonhos que ment
am, de todas as nossas esperanças que desbotaram, uma últi
as esperanças que desbotaram, uma última saúde! A taverne
a ai nos trouxe mais vinho: uma saúde! O fumo e a imagem do
o, e o transunto de tudo quanto ha mais vaporoso naquele esp
itualismo que nos fala da imortalidade da alma! e pois, ao f
osse tornar-se em lodo e podridão, como as faces belas da v
gem morta, não podeis crer que ele morra? Doidos! nunca vel
Doidos! nunca velada levastes porventura uma noite a cabece
a de um cadáver? E então não duvidastes que ele não era
uela fronte iam palpitar de novo, aquelas pálpebras iam abr
-se, que era apenas o ópio do sono que emudecia aquele home
a alma não é como a lua, sempre moça, nua e bela em sue v
gindade eterna! a vida não e mais que a reunião ao acaso d
vejar-se no cálice da flor ou na fronte da criança mais lo
a e bela. Como Schiller o disse, o átomo da inteligência d
alvez para o coração de um ser impuro. Por isso eu vo-lo d
ei: se entendeis a imortalidade pela metempsicose, bem! talv
ou os cabelos, essas crenças frias? A nós os sonhos do esp
itualismo. — Archibald! deveras, que é um sonho tudo isso
um sonho tudo isso! No outro tempo o sonho da minha cabece
a era o espírito puro ajoelhado no seu manto argênteo, num
timo o revela nas horas frias do medo, nas horas em que se t
ita de susto e que a morte parece roçar úmida por nós! Na
os? — Miséria! quando me vierdes falar em poesia eu vos d
ei: aí há folhas inspiradas pela natureza ardente daquela
me vierdes falar em poesia eu vos direi: aí há folhas insp
adas pela natureza ardente daquela terra como nem Homero as
uela terra como nem Homero as sonhou, como a humanidade inte
a ajoelhada sobre os túmulos do passado nunca mais lembrar
sões santas, nos desvarios daquele povo estúpido, eu vos d
ei: miséria! miséria! três vezes miséria! Tudo aquilo é
! miséria! três vezes miséria! Tudo aquilo é falso: ment
am como as miragens do deserto! — Estas ébrio, Johann! O
ês vezes miséria! Tudo aquilo é falso: mentiram como as m
agens do deserto! — Estas ébrio, Johann! O ateísmo é a
de Malebranche nos seus sonhos da visão em Deus. A verdade
a filosofia e o epicurismo. Hume bem o disse: o fim do homem
endem na toalha molhada de vinho, como os braços do carnice
o no cepo gotejante, o que nos cabe é uma historia sanguino
olenta, um daqueles contos fantásticos como Hoffmann os del
ava ao clarão dourado do Johannisberg! — Uma história me
que a esse reclamo erguera a cabeça amarelenta. Pois bem, d
-vos-ei uma historia. Mas quanto a essa, podeis tremer a gos
uele céu morno, o fresco das águas se exalava como um susp
o do leito do Tibre. A noite ia bela. Eu passeava a sós pel
: saiu. Eu segui-a. A noite ia cada vez mais alta: a lua sum
a-se no céu, e a chuva caía as gotas pesadas: apenas eu se
um túmulo prantos de órfão. Andamos longo tempo pelo lab
into das ruas: enfim ela parou: estávamos num campo. Aqui,
Era mesmo uma estátua: tão branca era ela. A luz dos toche
os dava-lhe aquela palidez de âmbar que lustra os mármores
ma estrela entre névoa, apertou-me em seus braços, um susp
o ondeou-lhe nos beiços azulados... Não era já a morte: e
s falar da catalepsia? É um pesadelo horrível aquele que g
a ao acordado que emparedam num sepulcro; sonho gelado em qu
da porta topei num corpo; abaixei-me, olhei: era algum cove
o do cemitério da igreja que aí dormira de ébrio, esqueci
lhei: era algum coveiro do cemitério da igreja que aí dorm
a de ébrio, esquecido de fechar a porta . Saí. Ao passar a
nu em minhas mãos frias... — Boa noite, moço: podes segu
, disse ele. Caminhei. — Estava cansado. Custava a carrega
mais esforço. Quando eu passei a porta ela acordou. O prime
o som que lhe saiu da boca foi um grito de medo... Mal eu fe
orta, bateram nela. Era um bando de libertinos meus companhe
os que voltavam da orgia. Reclamaram que abrisse. Fechei a m
. Quando entrei no quarto da moça vi-a erguida. Ria de um r
convulso como a insânia, e frio como a folha de uma espada
assim... Não houve como sanar-lhe aquele delírio, nem o r
do frenesi. Morreu depois de duas noites e dois dias de del
ava perfeitamente em cera, e paguei-lhe uma estátua dessa v
gem. Quando o escultor saiu, levantei os tijolos de mármore
cortinado? Não te lembras que eu te respondi que era uma v
gem que dormia? — E quem era essa mulher, Solfieri? — Qu
omo amuleto a capela de defunta. Hei-la! Abriu a camisa, e v
am-lhe ao pescoço uma grinalda de flores mirradas. —Vede-
u a camisa, e viram-lhe ao pescoço uma grinalda de flores m
radas. —Vede-la murcha e seca como o crânio dela! III BER
num dia ter três duelos com meus três melhores amigos, abr
três túmulos àqueles que mais me amavam na vida — e de
queles que mais me amavam na vida — e depois, depois sent
-me só e abandonado no mundo, como a infanticida que matou
olhos que brilham e os lábios de rosa d'Alexandria sem del
ar sonhos delas por longas noites ardentes! Andaluzas! sois
o após tanto desejo e tanta esperança eu sorvi-lhe o prime
o beijo, tive de partir da Espanha para Dinamarca onde me ch
tanta esperança eu sorvi-lhe o primeiro beijo, tive de part
da Espanha para Dinamarca onde me chamava meu pai. Foi uma
te de lágrimas — eram as últimas — depois deixou-se ca
, pôs as mãos no peito, e com os olhos em mim murmurou: De
orava, mas era de saudades de Ângela... Logo que pude reduz
minha fortuna a dinheiro pus-la no banco de Hamburgo, e par
es de Ângela... Logo que pude reduzir minha fortuna a dinhe
o pus-la no banco de Hamburgo, e parti para a Espanha. Quand
mava como uma Sultana, montava a cavalo como um Árabe, e at
ava as armas como um Espanhol. Quando o vapor dos licores me
cio: os cavalos de uma carruagem pisaram-me ao passar e part
am-me a cabeça de encontro à lájea. Acudiram-me desse pal
o passar e partiram-me a cabeça de encontro à lájea. Acud
am-me desse palácio. Depois amaram-me: a família era um no
dio terrível. Uma noite que eu jogava com Siegfried — o p
ata, depois de perder as últimas jóias dela, vendi-a. A mo
ias dela, vendi-a. A moça envenenou Siegfried logo na prime
a noite, e afogou-se... . . . . . . . . . . . . . . . . . .
da vida acordou-se em mim. A princípio tinha sido uma cegue
a, uma nuvem ante meus olhos, como aos daquele que labuta na
.. Quando recobrei os sentidos estava num escaler de marinhe
os que remavam mar em fora. Aí soube eu que meu salvador ti
homem. Pelas faces vermelhas caiam-lhe os crespos cabelos lo
os onde a velhice alvejava algumas cãs. Ele perguntou-me:
r na terra, e não deixaram morrer no mar. — Queres pois v
a bordo? — A menos que não prefirais atirar-me ao mar.
mar. — Queres pois vir a bordo? — A menos que não pref
ais atirar-me ao mar. — Não o faria: tens uma bela figura
Queres pois vir a bordo? — A menos que não prefirais at
ar-me ao mar. — Não o faria: tens uma bela figura. Levar-
Não o faria: tens uma bela figura. Levar-te-ei comigo. Serv
ás... — Servir!?...— e ri-me: depois respondi-lhe frio:
s uma bela figura. Levar-te-ei comigo. Servirás... — Serv
!?...— e ri-me: depois respondi-lhe frio: deixai que me at
!?...— e ri-me: depois respondi-lhe frio: deixai que me at
e ao mar... — Não queres servir? queres então viajar de
lhe frio: deixai que me atire ao mar... — Não queres serv
? queres então viajar de braços cruzados? — Não: quando
raços cruzados? — Não: quando for a hora da manobra dorm
ei: mas quando vier a hora do combate ninguém será mais va
cro a história do cadáver cujo guarda o segredo... e ele d
-vos-a apenas que tem no seio um corpo que se corrompe! lere
esperança adormecendo esquecido entre as ondas. Os marinhe
os a respeitavam: quando pelas noites de lua ela repousava o
m junto dela se descobriam respeitosos. Nunca ninguém lhe v
a olhares de orgulho, nem lhe ouvira palavras de cólera: er
sos. Nunca ninguém lhe vira olhares de orgulho, nem lhe ouv
a palavras de cólera: era uma santa. Era a mulher do comand
do nela ao frio das vagas e ao calor dos trópicos, que susp
ou nas horas de quarto, alta noite na amurada do navio, lemb
uarto, alta noite na amurada do navio, lembrando-a nos nevoe
os da cerração, nas nuvens da tarde… Pobres doidos! pare
e que esses homens amam muito! A bordo ouvi a muitos marinhe
os seus amores singelos: eram moças loiras da Bretanha e da
vi a muitos marinheiros seus amores singelos: eram moças lo
as da Bretanha e da Normandia, ou alguma espanhola de cabelo
om sua cesta de flores, ou adormecida entre os laranjais che
osos, ou dançando o fandango lascivo nos bailes ao relento!
ela sorria as vezes quando cismava sozinha, mas era um sorr
tão triste que doía. Coitada! Um poeta a amaria de joelho
. Um dia, meses depois, li-os, ri-me deles e de mim; e os at
ei ao mar... Era a última folha da minha virgindade que lan
de mim; e os atirei ao mar... Era a última folha da minha v
gindade que lançava ao esquecimento... Agora, enchei os cop
isos, com seus olhos úmidos e os seios intumescidos de susp
os, aquela mulher me enlouquecia as noites. Era como uma vid
. . . . . . . . . . . . . . . . . Uma vez ao madrugar o gaje
o assinalou um navio. Meia hora depois desconfiou que era um
assinalou um navio. Meia hora depois desconfiou que era um p
ata... Chegávamos cada vez mais perto. Um tiro de pólvora
u que era um pirata... Chegávamos cada vez mais perto. Um t
o de pólvora seca da corveta reclamou a bandeira. Não resp
perto. Um tiro de pólvora seca da corveta reclamou a bande
a. Não responderam. Deu-se segundo: nada. Então um tiro de
andeira. Não responderam. Deu-se segundo: nada. Então um t
o de bala foi cair nas águas do barco desconhecido como uma
onderam. Deu-se segundo: nada. Então um tiro de bala foi ca
nas águas do barco desconhecido como uma luva de duelo. O
eguido rumo oposto ao nosso e vinha proa contra nossa proa v
ou de bordo e apresentou-nos seu flanco enfumaçado: um rel
u flanco enfumaçado: um relâmpago correu nas baterias do p
ata, um estrondo seguiu-se... e uma nuvem de balas veio morr
em de balas veio morrer perto da corveta. Ela não dormia, v
ou de bordo: os navios ficaram lado a lado. À descarga do n
vios ficaram lado a lado. À descarga do navio de guerra o p
ata estremeceu como se quisesse ir a pique. . . . . . . . .
rga do navio de guerra o pirata estremeceu como se quisesse
a pique. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . O p
ata fugia: a corveta deu-lhe caça: as descargas trocaram-se
trocaram-se então mais fortes de ambos os lados. Enfim o p
ata pareceu ceder. Atracaram-se os dois navios como para uma
esta ocasião sentiu-se uma fumaça que subia do porão. O p
ata dera fogo às pólvoras... Apenas a corveta por uma mano
fez-lhe grandes estragos. Alguns minutos depois o barco do p
ata voou pelos ares. Era uma cena pavorosa ver entre aquela
oou pelos ares. Era uma cena pavorosa ver entre aquela fogue
a de chamas, ao estrondo da pólvora, ao reverberar deslumbr
deslumbrador do fogo nas águas, os homens arrojados ao ar
em cair no oceano. Uns a meio queimados se atiravam a água,
brador do fogo nas águas, os homens arrojados ao ar irem ca
no oceano. Uns a meio queimados se atiravam a água, outros
ojados ao ar irem cair no oceano. Uns a meio queimados se at
avam a água, outros com os membros esfolados e a pele a des
a uma praia bravia, cortada de rochedos Aí se salvaram os p
atas que puderam fugir. E nesse tempo enquanto o comandante
rtada de rochedos Aí se salvaram os piratas que puderam fug
. E nesse tempo enquanto o comandante se batia como um bravo
pertar foi a um grito de agonia... — Olá, mulher, taverne
a maldita, não vês que o vinho acabou-se? Depois foi um qu
ecer, sabeis quanto se côa de horror ante aqueles homens at
ados ao mar, num mar sem horizonte, ao balanço das águas,
os que esperam e desesperam, aos soluços dos que tremem e t
itam de susto como aquele que bate a porta do nada... E eu,
vamos cinco: eu, a mulher do comandante, ele e dois marinhe
os… Alguns dias comemos umas bolachas repassadas da salsug
s — um amor de mulher que morreu nos meus braços na prime
a noite de embriaguez e de febre — e uma agonia de poeta..
a e a fita que prendia seus cabelos. Dele olhai... O velho t
ou do bolso um embrulho: era um lençol vermelho o invólucr
vermelho o invólucro: desataram-no: dentro estava uma cave
a. — Uma caveira! gritaram em torno: és um profanador de
lucro: desataram-no: dentro estava uma caveira. — Uma cave
a! gritaram em torno: és um profanador de sepulturas? — O
s do vale dorme uma criatura branca como o véu das minhas v
gens, loira como o reflexo das minhas nuvens, harmoniosa com
dorme uma criatura branca como o véu das minhas virgens, lo
a como o reflexo das minhas nuvens, harmoniosa como as arage
e, vai, e serás feliz! Tudo isso é belo, sim!... mas é a
onia mais amarga, a decepção mais árida de todas as ironi
a ironia mais amarga, a decepção mais árida de todas as
onias e de todas as decepções. Tudo isso se apaga diante d
que se aquenta no eflúvio da luz mais ardente do sol — ca
assim com as asas torpes e verminosas no lodo das charnecas
smo do homem —manda a morte de um para a vida de todos. T
amos a sorte... o comandante teve por lei morrer. Então o i
e sem termo e as velas que. branqueiam ao longe parecem fug
! Pobre louco! Eu ri-me do velho. Tinha as entranhas em fogo
o deserto das águas... eles temem-na, tremem diante da cave
a fria da morte! Eu ri-me porque tinha fome. Então o homem
falecia... caiu: pus-lhe o pé na garganta, sufoquei-o e exp
ou... Não cubrais o rosto com as mãos — faríeis o mesmo
o amor que nos queimava: gastamo-lo em convulsões para sent
ainda o mel fresco da voluptuosidade banhar-nos os lábios.
. Quando soltei-me dos braços dela a fraqueza a fazia desva
ar. O delírio tornava-se mais longo, mais longo: debruçava
is de entuviada... Estava louca. Não dormi, não podia dorm
: uma modorra ardente me fervia as pálpebras, o hálito de
se apoderou de mim. Uma vertigem me rodeava. O mar parecia r
de mim, e rodava em torno, escumante e esverdeado, como um
no, escumante e esverdeado, como um sorvedouro. As nuvens pa
avam correndo e pareciam filtrar sangue negro. O vento que m
ra o brigue inglês Swallow, que me salvara... Olá, taverne
a, bastarda de Satã! não vês que tenho sede, e as garrafa
outros criam-no compaixão pela pobre moca que vivia de serv
de modelo. O fato e que ele a queria como filha, como Laura
a queria como filha, como Laura, a filha única de seu prime
o casamento, Laura!... corada como uma rosa e loira como um
seu primeiro casamento, Laura!... corada como uma rosa e lo
a como um anjo. Eu era nesse tempo moço: era aprendiz de pi
sonhos de dezoito anos. Nauza também me amava: era um sent
tão puro! era uma emoção solitária e perfumosa como as
vam no fundo de mármore. Laura parecia querer-me como a um
mão. Seus risos, seus beijos de criança de quinze anos era
nos braços dela. O fogo de meus dezoito anos, a primavera v
ginal de uma beleza, ainda inocente, o seio seminu de uma do
estou desonrada para sempre... A princípio eu quis-me ilud
, já não o posso, estou de esperanças... Um raio que me c
esperança e de sede que me banhavam de lágrimas o travesse
o. Só as vezes a sombra de um remorso me passava, mas a ima
m grito, estendeu convulsivamente os braços como para repel
uma idéia, passou a mão pelos lábios como para enxugar a
ia, banhada de suor gelado, e arquejou... Era o último susp
o. Um ano todo se passou assim para mim. O velho parecia end
minha vida é uma desesperança — o que me resta? Adeus,
ei longe daqui... talvez então eu possa chorar sem remorso.
entre os vidros da janela aberta e batia nela: nunca eu a v
a tão pura e divina! . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
ça, acordou-me e levou-me de rasto ao quarto de Laura... At
ou-me ao chão: fechou a porta. Uma lâmpada estava acesa no
ante tão lívido na tela e lembrei-me que naquele dia ao sa
do quarto da morta, no espelho dela que estava ainda pendur
quando eu saia do quarto de Laura com o mestre, no escuro v
a uma roupa branca passar-me por perto, roçaram-me uns cabe
avam umas passadas tímidas de pés nus Era Nauza que tudo v
a c tudo ouvira, que se acordara e sentira minha falta no le
adas tímidas de pés nus Era Nauza que tudo vira c tudo ouv
a, que se acordara e sentira minha falta no leito, que ouvir
ra Nauza que tudo vira c tudo ouvira, que se acordara e sent
a minha falta no leito, que ouvira esses soluços e gemidos,
ira, que se acordara e sentira minha falta no leito, que ouv
a esses soluços e gemidos, e correra para ver… . . . . .
a e uma lanterna e chamou-me para acompanhá-lo. Tinha de sa
fora da cidade e não queria ir só. Saímos juntos: a noit
a acompanhá-lo. Tinha de sair fora da cidade e não queria
só. Saímos juntos: a noite era escura e fria. O outono de
ra escura e fria. O outono desfolhara as árvores e os prime
os sopros do inverno rugiam nas folhas secas do chão. Camin
litário. O velho parou. Era na fralda de uma montanha. À d
eita o rochedo se abria num trilho: à esquerda as pedras so
pés a cada passada se despegavam e rolavam pelo despenhade
o e, instantes depois, se ouvia um som como de água onde ca
também Um aprendiz — um miserável que ele erguera da poe
a, como o vento às vezes ergue uma folha, mas que ele podia
o o vento às vezes ergue uma folha, mas que ele podia reduz
a ela quando quisesse… Eu estremeci, os olhares do velho
o quisesse… Eu estremeci, os olhares do velho pareciam fer
-me. — Nunca ouviste essa história, meu bom Gennaro? —
bre coração do velho? — Piedade! — E teve ele dó da v
gem, da desonra, da infanticida? — Ah! gritei. — Que ten
castigo pior que a morte, eu to daria. Olha esse despenhade
o! É medonho! se o visses de dia, teus olhos se escureceria
guardará o segredo, como um peito o punhal. Só os corvos
ão lá ver-te, só os corvos e os vermes. E pois, se tens a
stava armado. Eu... eu era uma criança débil: ao meu prime
o passo ele me arrojaria da pedra em cujas bordas eu estava.
Estou pronto, disse. O velho riu-se: infernal era aquele r
dos seus lábios estalados de febre. Só vi aquele riso...
alavam nas mãos, as raízes secas que saiam pelo despenhade
o estalavam sobre meu peso e meu peito sangrava nos espinhai
am apanhado junto da torrente, preso nos ramos de uma azinhe
a gigantesca que assombrava o rio. Era depois de um dia e um
írios que eu acordara. Logo que sarei, uma idéia me veio:
ter com o mestre. Ao ver-me salvo assim daquela morte horr
quisera matar-me, ele tinha rido à minha agonia e eu havia
chorar-lhe ainda aos pés para ele repelir-me ainda, cuspir
gonia e eu havia ir chorar-lhe ainda aos pés para ele repel
-me ainda, cuspir-me nas faces, e amanhã procurar outra vin
ir chorar-lhe ainda aos pés para ele repelir-me ainda, cusp
-me nas faces, e amanhã procurar outra vingança mais segur
o cheguei a casa do mestre achei-a fechada. Bati... não abr
am. O jardim da casa dava para a rua: saltei o muro: tudo es
forma de mulher com a face na mesa, e os cabelos caídos: at
ado numa poltrona um vulto coberto com um capote. Entre eles
uras de noites de orgia; mas para que? Fora escárnio Faust
lembrar a Mefistóteles as horas de perdição que lidou co
minha existência libertina. Se o não lembrásseis, a prime
a mulher das ruas pudera conta-lo. Nessa torrente negra que
nos tonteia então... ideai-la melhor a loucura que nos del
a naqueles jogos de milhares de homens, onde fortuna, aspira
lira naqueles jogos de milhares de homens, onde fortuna, asp
ações, a vida mesma vão-se na rapidez de uma corrida, ond
nde todo esse complexo de misérias e desejos, de crimes e v
tudes que se chama a existência se joga numa parelha de cav
m as lupercais romanas, nem os incêndios de uma cidade inte
a lhe alimentariam a seiva de morte, essa vitalidade do vene
de que fala Byron. Meu lance no turf foi minha fortuna inte
a. Eu era rico, muito rico então: em Londres ninguém osten
a: víssei-la assim e, à fé, senhores, que não havíeis r
de escárnio como rides agora! — Romantismo! deves estar
a! murmurou Bertram. — Poesia! por que pronunciar-lho à v
gem casta o nome santo como um mistério, no lodo escuro da
o presente incerto e vago de um gozo místico, pelo qual a v
gem morre de volúpia, sem sabe-lo por que... — Silêncio,
orto: cobre-as uma cristalização calcária, enfezam-se e m
ram. A poesia, eu to direi também por minha vez, é o vôo
alização calcária, enfezam-se e mirram. A poesia, eu to d
ei também por minha vez, é o vôo das aves da manhã no ba
o disse Hamlet; e tudo isso é inanido e vazio como uma cave
a seca, mentiroso como os vapores infectos da terra que o so
; e tudo isso é inanido e vazio como uma caveira seca, ment
oso como os vapores infectos da terra que o sol no crepúscu
como os vapores infectos da terra que o sol no crepúsculo
isa de mil cores, e que se chamam as nuvens, ou essa fada zo
-la e sonhá-la: apertei minhas mãos jurando que isso não
ia além, que era muito esperar em vão e que se ela viria,
ão iria além, que era muito esperar em vão e que se ela v
ia, como Gulnare aos pés do Corsário, a ele cabia ir ter c
ela viria, como Gulnare aos pés do Corsário, a ele cabia
ter com ela. Uma noite tudo dormia no palácio do duque. A
ta pálida. Parecia uma fade que dormia ao luar... O reposte
o do quarto agitou-se: um homem aí estava parado, absorto.
queria: a sua vontade era como a folha de um punhal — fer
ou estalar. Na mesa havia um copo e um frasco de vinho, enc
ei: aí há folhas inspiradas pela natureza ardente daquela
como nem Homero as sonhou, como a humanidade inteira ajoelh
próprio calquei aquela mulher com meus pés na sua cova de
, eu vô-lo juro — guardei-lhe como amuleto a capela de de
aluzas! sois muito belas! se o vinho, se as noites de vossa
, o luar de vossas noites, vossas flores, vossos perfumes s
us joelhos, tomava um bandolim e me cantava as modas de sua
... Nossos dias eram lançados ao sono como pérolas ao amor
me: — Quem és? — Um desgraçado que não pode viver na
, e não deixaram morrer no mar. — Queres pois vir a bordo
repúsculo, dourei-to aos raios de minha face. Ei-lo rei da
! banha a fronte olímpica nessas brisas, nesse orvalho, na
nuvens, harmoniosa como as aragens do céu nos arvoredos da
. É tua: acorda-a, ama-a e ela te amará; no seio dela, nas
foga-te como o sol entre vapores. Rei no peito dela, rei na
, vive de amor e crença, de poesia e de beleza, levanta-te,
omo uma caveira seca, mentiroso como os vapores infectos da
que o sol no crepúsculo irisa de mil cores, e que se chama
do passado nunca mais lembrará! Mas, quando me falarem em
s religiosas, em visões santas, nos desvarios daquele povo
crente de Malebranche nos seus sonhos da visão em Deus. A
ira filosofia e o epicurismo. Hume bem o disse: o fim do hom
bordas e beberei convosco. — Quem és? —Quem eu sou? na
fora difícil dizê-lo: corri muito mundo, a cada instante
A fome! a sede!... tudo quanto há de mais horrível!... Na
, senhores, o homem é uma criatura perfeita? Estatuário su